quinta-feira, 12 de maio de 2011

As sete dores de Nossa Senhora



Histórico


A devoção às sete dores de Maria teve origem de modo especial na ordem dos servitas, ou servos de Maria. Compõe-se de sete partes ou séries de grãos, cada uma formada de um Pai Nosso e sete Ave Marias em honra das Sete Dores da Santíssima Virgem.

Santo Afonso M. Ligori, Doutor da Igreja, em seu livro "Glórias de Maria Santíssima", diz: "Se é certo que todas as graças que Deus nos concede, como eu tenho por certo, passará pelas mãos de Maria, também tenho por certo que só por meio de Maria poderemos esperar e conseguir a sublime graça da perseverança final. E certamente a conseguimos, se confiadamente a pedimos sempre a Maria suplicando-lhe por intermédio de suas benditas dores. Pobres daqueles que se afastam desta defesa e deixam de ser devotos de Maria e de se encomendar e Ela em todas a suas necessidades. Perca uma alma a devoção a Maria e logo ficará em trevas. Ai daqueles que desprezam a luz deste sol."

Dom Frei Alexandre da Sagrada Família, bispo de Málaga, em seu livro "A Devoção das Dores a Maria", diz: Virgem Doloríssima, eu seria um ingrato se não me esforçasse em promover a memória e o culto de vossas dores. Vosso Divino filho tem vinculado a devoção de vossas dores, particulares graças para uma sincera penitência, oportunos auxílios e socorros em todas as necessidades e perigos e particularmente na hora da morte. Vinde todos que tendes sede, vinde fartar-vos neste manancial de abundantes graças".

São Germano chamava a Virgem Maria de a "respiração dos cristãos", porque assim como o corpo não pode viver sem respirar também a alma não pode viver sem recorrer e sem se encomendar a Maria, por cujo meio seguramente se adquire e se conserva em nós a vida da divina graça.

É a caridade, de um modo particular, a virtude que aprendemos de Maria em suas Dores.

As sete dores de Nossa Senhora


1) A Profecia de Simeão - Uma espada de dor transpassará a tua alma. (Lc, 2,35)



II) A Fuga para o Egito - Fugindo do furor de Herodes. Então José tomou a criança e sua mãe e fugiu de noite para o Egito. (Mt, 2,14)



III) A perda do Menino Jesus no Templo - Filho, por que fizeste assim conosco? Eis que teu pai e eu te procurávamos cheios de aflição. (Lc, 2,48)


IV) O encontro com Jesus no caminho do calvário - Os soldados levaram Jesus. Uma grande multidão o seguia. Entre o povo havia mulheres que choravam e se lamentavam por causa dele. (Lc, 23,27)



V) A morte de Jesus na Cruz - Perto da cruz estavam a Mãe de Jesus e a irmã dela, mulher de Cléofas e também Maria Madalena. E Jesus disse a sua mãe: Ai está o vosso filho. E a João ele disse: Ai está tua mãe. (Jo, 19,25-27)



VI) A lançada no coração de Jesus e a descida da Cruz - José, da cidade de Arimatéia, tirou o corpo de Jesus da cruz e o enrolou num lençol de linho, Maria o recebeu em seus braços. (Lc. 23,53)



VII) O sepultamento de Jesus e a soledade de Nossa Senhora - As mulheres que haviam seguido Jesus, desde a Galiléia, foram com José e viram o túmulo e como Jesus tinha sido colocado ali.. (Lc. 23,55).


sábado, 9 de abril de 2011

Maria Santíssima aos pés da Cruz




“Ó Morte, por que me rasgas as entranhas com tua aguda espada? E ensangüentada arrebatas do colo maternal, o filho? ( Beato José de Anchieta)”.

O Céu está encoberto, sopra um gélido vento e com persistência sacode o letreiro encimado da cruz: “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”.
O corpo inerte e sem vida do Rei repousa no trono cruento do madeiro da cruz:“comsummatum est”, (tudo esté consumado).
Alguns poucos lamentos, contam-se nos dedos as testemunhas da Cruz, algumas Marias, um soldado, um apóstolo apenas (aquele que Jesus amava), e Ela, a Mãe Dolorosa, a Rainha dos Mártires.
De pé, com as mãos ensangüentadas, unidas em prece silenciosa, Maria contempla o Mistério da Redenção; relembra o “Sim” da anunciação, e novamente é convidada a dizer “Sim” aos pés da Cruz. O “Sim” que gera a Igreja de Jesus Cristo.
O saudoso Papa João Paulo II tão bem definiu o momento de Maria aos pés da Cruz, dizendo: “Na anunciação, Maria dá no seu seio a natureza humana ao filho de Deus; aos pés da Cruz, em João, recebe no seu coração toda a humanidade. Mãe de Deus desde o primeiro instante da encarnação, ela torna-se mãe dos homens nos últimos momentos da vida do Filho, Jesus”.
Eis a atitude que podemos aprender com Maria: não ter medo da cruz; contemplá-la com amor, pois o crucificado é a própria encarnação do amor.
Aos pés da Cruz, ela se tornou nossa Mãe; pela oblação que fez do seu próprio filho, cooperando para que tivéssemos a Vida da Graça.
Maria é, portanto, nossa Mãe, nossa verdadeira Mãe na ordem espiritual porque é Mãe de Jesus Cristo, e Jesus Cristo é a cabeça do corpo místico (Igreja), cujos membros (atuais e potenciais) somos todos nós, a humanidade inteira.
O lado é aberto pelo lança do soldado romano Longuinus, um manancial de amor é derramado do Coração de Jesus. Um oceano de misericórdia escorre pelo madeiro, encharca a terra seca pelo pecado e traz vida nova.
Sangue e água, eis o que jorra do lado aberto! Do coração escancarado de Jesus nasce a Igreja Sacramental!
A partir dessa hora, da dor e da agonia, Maria está elevada a posição de segundo Eva, tornando-se Mãe de todos os viventes remidos pelo Sangue de Jesus.
Santo Agostinho formulou o apostolado maternal de Maria assim: “Todos os predestinados estão, neste mundo, ocultos no seio da Ssma. Virgem, onde são guardados, alimentados, conservados e engrandecidos por essa boa Mãe, até que ela os gere para a Glória depois da Morte”.
Maria Mãe da Igreja corpo mistico de Cristo, roga por todos nós, teus filhos gerados aos pés da cruz. Amém
Paz e Bem!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A Maternidade Divina de Maria




A palavra maternidade (condição de mãe) e divina (proveniente de Deus), nos leva a uma única pessoa: Maria. Deus [quis] fazer-se homem e escolheu sua Mãe em quem colocou todos os dons e virtudes, a fim de preparar sua morada em seu seio virginal. A contemplação do mistério do nascimento do Salvador tem levado o povo cristão não só a dirigir-se à virgem Maria como à Mãe de Jesus, mas também a reconhecê-la como Mãe de Deus. Essa verdade foi aprofundada e compreendida como pertencente ao patrimônio da Igreja, já desde os primeiros séculos da era cristã, até ser solenemente proclamada pelo Concílio de Éfeso, no ano 431. “Theotokos (grego: Te?t????, transliteração: Theotókos) é o título grego de Maria, mãe de Jesus, usado especialmente na Igreja Ortodoxa e Igrejas Orientais Católicas. Sua tradução literal para o português é: "portadora de Deus" e "aquela que dá a luz a Deus". Maria é a Theotokos, porque seu filho Jesus é simultaneamente Deus e homem, divino e humano, Theotokos, portanto, refere-se à Encarnação, quando Deus assumiu a natureza humana em Jesus Cristo, sendo isto possível graças à cooperação de Maria”.* Ao confessar que Maria é “Mãe de Deus”, a Igreja professa com uma única expressão a sua fé acerca do Filho e da Mãe, visto que, com a definição da maternidade divina de Maria, os Padres da Igreja evidenciaram a sua fé na divindade de Jesus Cristo. A expressão “Mãe de Deus” remete ao Verbo de Deus que na Encarnação, assumiu a humildade da condição humana, para elevar o homem à filiação divina. (Cf. Gl 4,4-6). Para entendermos melhor a maternidade divina de Maria, sigamos o seguinte raciocínio: Deus em Si mesmo não nasce porque Deus é e sempre será; enquanto assumindo a natureza humana em Seu Filho Jesus no seio da Virgem Mãe, Deus nasce e cresce em estatura, sabedoria e graça... (Cf. Lc 2,52). Deus não morre porque Deus é imortal; para vencer o pior inimigo do homem, a morte; Deus morre e ressuscita em Seu Filho, que da cruz nos transmite sua imortalidade nos dando participar de Sua divindade; é como Ele mesmo disse: “Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo porque tenho o poder de retomá-la” (Jo 10,18), isto é, morre por nós e ressuscita por Seu poder. Assim, nesses atos divinos, se encontra a maternidade divina de Maria, que gera o Verbo de Deus em seu ventre para que Ele divinizasse a nossa carne, ou seja, Cristo assumiu em Maria o que somos para sermos o que Ele é segundo a vontade de Deus Pai; e ainda, a Virgem Mãe o entrega ao Pai como vítima de expiação pelos nossos pecados; ora, tudo isso se dá no Mistério do Amor, no Seio da Trindade Santa.

Frei Fernando – Missionário Doce Mãe de Deus - Candeias/BA

Fonte: www.docemaededeus.org